
Depois de passar por alguns dos mais relevantes projetos de fine dining em Lisboa e no mundo, Diogo Noronha cria o seu primeiro projeto em nome próprio: um estúdio criativo, colaborativo e experimental que tem a intenção de aproximar a comida do universo artístico e performativo.

Focado na inovação e na criação de propostas desenhadas à medida da imaginação de cada marca ou projeto, o estúdio tem como ponto de partida a experiência, conhecimento, a criatividade e referências do chef e da sua equipa. A proposta é a de definir territórios culinários fortes, originais e exclusivos, mas também criar novas experiências que desafiam os sentidos.
“Olho para a experiência culinária um elemento de pleno direito da sua comunicação. O tema da curadoria propõe exatamente personalizar muito mais e criar uma relação com a gastronomia que possa ser uma ferramenta de comunicação interessante”, diz Diogo Noronha. Como um designer ou artista, o chef define um conceito e projeta-o num moodboard visual em que integra ou encena um ingrediente, um aroma ou uma textura, de forma a alargar o universo de um produto, de uma coleção ou exposição.
O Chef
Diogo Noronha faz-se chef em Nova Iorque, no Natural Gourmet Institute for Health Culinary Arts, onde começa por estudar as possibilidades da cozinha de base vegetal. Estagia no Pure Food and Wine, referência mundial da dieta ‘Raw’ vegan e, depois, é selecionado para um estágio pelo chef Thomas Keller. De volta à Europa, integra a equipa do restante Moo com os irmãos Roca e o Alkimia com Jordi Vila. Em 2009 regressa a casa e revela a sua capacidade criativa no restaurante Pedro e o Lobo, projeto que desenvolve desde o ponto zero. É convidado pela Mainside para criar de raíz e chefiar os projetos Casa de Pasto, Vinharia e Rio Maravilha.
Nomeado para chef do ano pela revista Time Out em 2015, foi considerado nesse mesmo ano pelo El Mundo um dos seis chefs portugueses a revolucionar a gastronomia portuguesa. Quando assume a cozinha do Pesca, em parceria com a Plateform, é distinguido com o Prato Michelin 2018 e 2019. No percurso de Diogo Noronha é consistente a intenção de aproximar sabores e texturas do universo artístico e criativo mas também de encontrar fórmulas que criam conforto através da comida, valorizando a sustentabilidade, os produtos sazonais e a inovação estética.


A Equipa
A equipa constrói-se com um sentido de missão partilhado. A complementaridade surge através de novos projetos criativos e alimenta-se da possibilidade de colaboração. O seu trabalho surge como resposta à vontade de criar e de dar forma a ideias, com a participação de outros chefs, artesãos, pasteleiros, designers, fotógrafos, cenógrafos, enólogos, escanções, produtores agrícolas, músicos e artistas. Há um espírito multidisciplinar que alavanca a concretização de ideias com uma visão global.
A Sustentabilidade
O estúdio Diogo Noronha rege-se por uma missão de sustentabilidade, cumprida através da escolha de ingredientes provenientes de pequenos produtores fieis aos princípios da agricultura regenerativa. Há um preocupação com a seleção de animais criados em pequena escala ao ar livre, em explorações familiares e independentes, além da preferência por espécies marinhas pescadas por comunidades tradicionais que praticam, maioritariamente, processos sustentáveis e artesanais.
As propostas são criadas a partir do respeito pela natureza, pela sazonalidade e por quem trabalha na terra e no mar, em todas as regiões do país.
No percurso e na abordagem do chef há uma procura constante pelos múltiplos significados e funções dos alimentos, bem como pela compreensão do impacto das nossas escolhas no ambiente global. O projeto traz a promessa de questionar a identidade cultural, a noção de terroir, a memória colectiva, a produção de conhecimento, bem como questões relativas ao valor das tradições, futuro da comida e evolução alimentar.


“Pensamos nos objetos culinários integrando a conceção do produto, o conceito, a embalagem, a identidade e o ritual de consumo. Damos especial importância à linguagem gráfica e visual. Trabalhamos em projectos multidisciplinares com designers na criação da identidade gráfica, em embalagens que valorizam as criações. Há investigação, desenvolvimento e fabrico de produtos alimentares e bebidas”
1/
Evento Loewe
Instalação comestível e desenvolvimento de menu e cocktails inspirados na coleção Paula’s Ibiza da Loewe, na flagship store da marca em Lisboa.
2/
Jantar The White Raven
Criação e desenvolvimento de narrativa gastronómica e co-criação de set design inspirado na nova coleção da The White Raven, em colaboração com a marca.
3/
Jantar coorporativo QuartoSala
Criação e desenvolvimento de conceito para jantar volante. Direção criativa e curadoria de vinhos.